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segunda-feira, 15 de maio de 2017

A esquerda sem projeto nacional

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A esquerda brasileira vive uma das maiores limitações programáticas da sua história.

Quando se questiona e/ou debate alguma questão relacionada á programas para as eleições sempre é fechada num eixo: Bolsas e cotas.

Repare que independentemente se a eleição é municipal, estadual ou federal não surge qualquer proposta estrutural, verdadeiramente transformadora, ainda que restrita as circunstâncias legais.



Isso reflete a completa inércia no que se refere ao ímpeto de mudança politica e econômica deste espectro.


Consequentemente mostra-se completamente adaptada ao status quo, seja no clientelismo, na corrupção, acordos escusos e tudo mais que o valha.

É fundamental um projeto nacional profundamente transformador e ligado á realidade do nosso país e as respectivas diferenças regionais existentes.

O crescimento da direita, de grupos liberais, e de uma rejeição a um pensamento que reflita sobre as desigualdades sociais, culturais e históricas não é desculpa para o ''esquecimento'' dos principais problemas da base social a qual dizem representar.

Muito pelo contrário, neste momento de acirramento e contradição mais evidente que tais problemas devem ser postos em primeiro lugar nas pautas programáticas na perspectiva de uma alteração profunda do quadro atual.

Larguem as questões comportamentais, de costumes, e escolhas individuais de lado por um momento e foquem na economia, o povo trabalhador e pobre deste país precisa disso.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

O ''Projeto Lula'' e a ''oposição de esquerda''


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Se durante todos esses anos, antes e depois da eleição do Lula, a dita ''oposição de esquerda'' ao PT tivesse aproveitado o momento para realmente formular um projeto conjunto com a classe trabalhadora, de mobilização e conscientização, provavelmente, poderiam criar uma alternativa concreta ao que dizem combater, todavia, nesse período histórico, até 2005, com exceção do PCO, todos estavam na coligação com o PT.

E, depois de se retirarem, não conseguiram nada mais e nada menos que meia dúzia de sindicatos e centros estudantis, a luta no campo, a base operária, o movimento de moradia etc., continuam bem afastados desse pessoal, no campo de apoio direto.


Nos momentos de polarização, Lula continuará sendo destaque, não importa quantas denuncias (da grande mídia e de militantes á esquerda) possam ser feitas. Ele conseguiu em todos esses anos angariar no imaginário de uma parte da população, a que mais importa, nos trabalhadores, o apoio necessário estar em alta e marcar seu nome na história, isso é um fato.

Claro, também tem outra, caso as eleições de 2018 aconteça, e, aparentemente o cenário num primeiro momento será de Lula vs Bolsonaro, ou Lula vs Dória, novamente, colocará á margem todos os agrupamentos políticos oposicionistas, porque tanto para os trabalhadores de um modo geral, quanto para certos setores mais estruturados, a única opção é o ''projeto Lula''.

E o resto vai continuar reclamando na internet ou querendo ser bem ''revolucionário'', mas os fatos constroem os caminhos reais, não os ideais, eis o que falta ser entendido.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Projeto de segurança local: Milícias populares.

A milícia de Cherán treina para um desfile

Muito se fala sobre segurança pública, o aumento do aparato policial, da repressão, penas mais duras etc. Todavia, nada se discute da participação das comunidades envolvidas diretamente na violência cotidiana.

A formação de milícias populares num primeiro momento, principalmente para quem nunca ouviu falar sobre o tema, parece algo de outro mundo, absurdo, porém, é uma intervenção muito mais eficaz e democrática do que qualquer ação repressiva por parte do atual Estado burguês.


Em países como o México, que vivem os mesmos problemas que nós, ou seja, são um narco-Estado, controlados territorialmente por agrupamentos criminosos que interagem entre si numa via de mão dupla, Estado (e todas as suas representações institucionais) e facções criminosas formam um elo único de ataque á população, sendo a mais pobre a que sofre os piores resultados disso.

Portanto, a organização de trabalhadores em prol da sua própria segurança, armados, decidindo as ações de autodefesa a serem tomadas de forma coletiva e sem interferência do aparato de repressão do Estado, sendo este em medida comprovada, corrupto e comprometido, com interesses não-populares, e sim de poder e financeiros, de terceiros.

A situação de violência seria fortemente diminuída e controlada pela classe que mais é a prejudicada e que tem o maior interesse na resolução do problema; os trabalhadores.



domingo, 7 de maio de 2017

A derrota da Frente Nacional e a vitória do Macron

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A Frente Nacional perdeu as eleições, mas tem conquistado e consolidado algo mais importante num primeiro momento do que o poder institucional, e, é construído a longo prazo; uma base social solida e coesa.

Ao longo desses últimos anos tem mantido um discurso firme contra a globalização e suas diversas manifestações negativas dentro da sociedade francesa, isso levou, inclusive, a que outros setores políticos se movimentassem ao redor dessa temática e consequentemente trouxessem, também, essa preocupação em seus respectivos programas políticos.


E também é possível apontar o crescimento, ainda que contraditório (historicamente falando), da inserção da FN entre os trabalhadores franceses, bairros operários, o que vem obrigando a esquerda mais radical a largar seu programa ''integracionista europeu'' e apontar para um caminho independente da UE, BCE e OTAN, assim como o KKE já faz na Grécia há muito tempo.

Os que comemoram dentro da esquerda a vitória do ''democrata'' Macron, devem abrir os olhos, pois, o que aguarda a classe trabalhadora na França é um projeto de terra arrasada do Estado de bem-estar social.

De um jeito ou de outro, o que a esquerda radical, verdadeiramente preocupada com a classe trabalhadora francesa tem que continuar apontando para uma guerra sem tréguas a qualquer medida de ataque á seus direitos mais básicos. Assim como fez com o Hollande.

Porque, independente de quem fosse eleito, a burguesia irá exigir esses cortes e o final (do que resta), dos direitos sociais trabalhistas conquistados com muito sangue e luta da classe trabalhadora.

A vitória do Macron representa um fôlego a mais à institucionalização democrático-burguesa na França, todavia, se o mesmo empreender o que consta no seu projeto politico, ele pode não chegar até o final do mandato.
Os tempos são outros, e uma nova aurora se avizinha.