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domingo, 31 de julho de 2016

O que é a Quarta Teoria Politica ?

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Introdução

O foco da publicação é dissertar sobre o que é a Quarta Teoria Politica, quem é o seu autor, como surgiu, quais são seus objetivos, aliados e inimigos, enfim, colocar em evidência todas as principais questões enunciadas e explica-las.

A necessidade de tratar do tema surge pelas dúvidas que surgem do público(militante ou não), que demonstram certa dificuldade em entender e, claro, explicar de forma didática e detalhada do que se trata essa teoria politica, a base de princípios. Sendo o senso comum e os clichês de cunho acusatório geralmente postos nos debates. O que acaba por não ajudar de maneira eficiente o entendimento de quem efetivamente tem o interesse em aprender(ainda que seja para se opor).

As referências que são trabalhadas aqui, por escolha, agrega a maior quantidade de fontes primárias possíveis, ou seja, usando diretamente os escritos do próprio idealizador da Quarta Teoria Politica, ou seja, o livro base e através das organizações e blogs que divulgam seu trabalho no Brasil.


Começaremos pela primeira questão:


Quem criou a Quarta Teoria Politica?


O nome do autor dessa formulação teórica é Aleksandr Gelyevich Dugin, russo, ex-professor da Universidade Estatal de Moscou, Sociólogo, filósofo e cientista político, além de geopolítico, presidente do Centro de Estudos Conservadores da Universidade Estatal de Moscou, pertence ao departamento de Sociologia das Relações Internacionais daquela universidade [1].

Alexander Dugin também foi um dos fundadores da ''Frente Nacional-Bolchevique'', em 1994 , que tinha como objetivo utilizar o nacionalismo russo do tipo tradicional, o conservadorismo, com elementos de outras ideologias politicas, se podemos colocar assim, juntar diversos elementos tanto da antiga URSS (principalmente determinadas conquistas da época soviética), quanto do fascismo e nazismo (Estética, princípios econômicos como corporativismo, forma de organização, entre outros), criando assim um movimento politico essencialmente antiliberal (seja no âmbito econômico e social) e anti-imperialista. Outro fundador dessa Frente foi Eduard Limonov, ambos romperam politicamente oito anos depois [2].

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Em 2002, fundou o Partido da Eurásia, alterado posteriormente para Movimento da Eurásia, para Dugin o centro da geopolítica deve ser ''O novo império eurasiático será construído sob o princípio fundamental do inimigo comum: a rejeição do atlantismo, do controle estratégico dos EUA, e na recusa de permitir que princípios liberais nos dominem. Este impulso civilizacional comum será à base da uma união política e estratégica.

Para essa avaliação geopolítica, Moscou, Berlim e Paris constituem um eixo político “natural”, as teorias de Dugin assentam no conflito eterno entre a terra e o mar, entre o atlantismo e o eurasianismo, ou seja, entre os EUA e a Rússia.

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Eurasianismo em resumo é ''o movimento eslavófilo que defendia a rica diversidade da Eurásia, numa espécie de outra via que não europeia ou asiática, e que juntasse a cultura e tradição da Ortodoxia e da Rússia'', que ''surge pela primeira vez no século XIX''[3].


Como surgiu a Quarta Teoria Politica?


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Existe uma questão importante a ser respondida, a partir dela podemos colocar em evidência alguns dos pressupostos que levaram a sua criação. Suas bases fundamentais são ''O pré-requisito para seu aparecimento é o dissenso. Isto é, o dissenso em relação ao pós-liberalismo como prática universal, contra a globalização, contra a pós-modernidade, contra o “fim da história”, contra o status quo, contra o desenvolvimento inercial dos principais processos civilizacionais na aurora do século XXI''(citado de A Quarta Teoria Política, p.25)

Ou seja, a Quarta Teoria Politica surge com o intuito de se confrontar com a modernidade, em todos os âmbitos da vida humana, seja espiritual, politico, econômico e social. A metafisica é o ponto base dessa estrutura teórica e dela e por ela todas as questões estão interligadas.

Para Aleksandr Dugin, autor dessa teoria politica, ''O conservadorismo bem pode ser tradicionalismo''. Pois ''O tradicionalismo mais lógico – substancial, filosófico, ontológico e conceitual – é aquele que critica não vários lados da modernidade ou pós-modernidade, mas nega o vetor fundamental do progresso histórico, ou seja, que per se se opõe ao tempo''[4].

Os três pilares nos quais a Quarta Teoria Politica foi criada, assim podem ser assinalados; a metafisica (como citado anteriormente), o tradicionalismo e o conservadorismo, portanto fica óbvio o antagonismo com o materialismo utilizado pelo marxismo.

Retornando a um dos pontos chaves da QTP é seu embate contra a modernidade, Dugin discorre sobre esse período da história, dizendo que ''A modernidade estruturalmente compreendida não é mais destino, algo objetivo e inevitável, mas a questão de escolher livremente. Assim nós podemos escolher sermos modernos – atomistas, materialistas, liberais democráticos. Mas podemos escolher não sermos modernos''. Para ele a modernidade é uma escolha, e não uma fase necessária no curso do desenvolvimento histórico.

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A preservação das ''identidades dos povos'', não só nacionalmente, mas regionalmente, é outra peça na engrenagem dessa teoria.  Já que está ligada ao tradicionalismo, pois manter a integridade da identidade é uma arma contra a modernidade, o atlantismo e consequentemente os males da globalização e do liberalismo.


O que é Quarta Teoria Politica?


Como é possível observar, a QTP é essencialmente antiliberal, porque na visão do autor, o liberalismo é o principal inimigo. E é contra essa força que os esforços devem ser colocados. Ainda sobre a modernidade e como Dugin vê a relação com sua teoria politica, ele afirma ''a ideia principal da Quarta Teoria Política é se afastar do dualismo entre sujeito e objeto, entre intenção e realização e da topografia dual em que se baseiam a Filosofia Moderna, a Ciência Moderna e politologia Moderna''.

A Quarta Teoria Politica rejeita, não por completo, apenas se utilizando de alguns elementos analíticos e teóricos, o marxismo e o fascismo, no confronto contra o liberalismo. Porque para Dugin, as três ideologias que dominaram a modernidade; Liberalismo, Marxismo e Fascismo, são ideologias em sua ''forma completa'' totalitárias. Acrescentando que a segunda e a terceira teoria politica demonstraram serem ineficazes no seu conceito homogêneo na luta contra o liberalismo(econômico, social, politico, filosófico).

Ainda na sua avaliação, tanto o marxismo, com a União Soviética e o bloco socialista, e o fascismo, com a Itália e Alemanha e outras experiências, foram completamente derrotadas pelo ocidente capitalista liberal comandado pelos Estados Unidos.

Dugin diz que essas ideologias politicas ''tentaram combater o capitalismo liberal e falharam. Isso se deu, em parte, porque no fim dos tempos, é o mal que prevalece; e em parte por causa das suas próprias limitações e contradições internas. Então é hora de começar uma profunda revisão das ideologias antiliberais do passado. Quais são seus pontos positivos? O seu ponto positivo é o próprio fato delas terem sido anticapitalistas e antiliberais, assim como anticosmopolitas e anti-individualistas (citado de A Quarta Teoria Política, p.379).

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No que se refere ao marxismo, de forma mais detalhada sobre o que pode ser usado também pela QTP, o autor escreve o seguinte; Sem concordarmos com todas as conclusões dogmáticas desta abordagem acerca da revolução mundial e do papel messiânico do proletariado, a TMM (teoria do mundo multipolar) aceita a abordagem marxista no que diz respeito a sua apreciação da natureza e da origem do Ocidente capitalista, denunciando-o como um modelo de exploração assimétrica que impõe os seus critérios civilizacionais (capitalismo, livre mercado, demanda pelo lucro, materialismo, consumismo, etc.) a todos os povos e sociedades''[5]. Isso significa que enquanto arma para denunciar o liberalismo, entre outros aspectos do capitalismo, pode ser feito, porém sempre rejeitando a essência do materialismo sendo o cerne principal (como foi apontado anteriormente) e outros elementos estruturais do marxismo.

A síntese do posicionamento da Quarta Teoria Politica frente ao Marxismo é exatamente essa ''sua identificação das contradições do capitalismo, para criticar o sistema burguês e para revelar a verdade por detrás das políticas demo-burguesas de exploração e escravização apresentadas na forma de “desenvolvimento” e “libertação”. ''A crítica potencial do marxismo é extremamente útil e aplicável: ela pode bem ser incluída no arsenal da Quarta Teoria Política''. Porém ''o marxismo não aparece como uma ideologia que fornece respostas a um conjunto amplo de questões emergentes (respostas estas que são racionais e axiomáticas em sua fundação), mas como um mito expressivo ou como um método sociológico profícuo.

Em resumo, segundo suas próprias palavras ''O marxismo que podemos aceitar é o marxismo mítico-sociológico''[6].

Entre as criticas a Terceira Teoria Politica, fascismo e do nacional-socialismo, Aleksandr Dugin faz suas observações sobre alguns problemas que ele avalia serem negativos a essas ideologias enquanto exercia o poder, uma das criticas é que ''Se baseava em um pequeno nacionalismo. Desse modo, temos alemães contra franceses, eslavos e assim sucessivamente. Isso era um erro e muitos pensadores alemães e combatentes que apoiavam Hitler estavam contra tal posição (incluindo Leon Degrelle, por exemplo). O nacionalismo alemão ou italiano é uma questão finalmente insignificante'‘, pois ''A chamada ao retorno às raízes europeias (germânicas, indo-árias) foi algo legítimo e bom. Porém a oposição da profunda identidade da Europa às identidades de outras sociedades (muito menos modernizadas que a Alemanha do século XX) era absolutamente equivocada e injustificável''[7].

Também descreve que o racismo, a xenofobia e o chauvinismo ''não são apenas falhas morais, mas são também atitudes teórica e antropologicamente inconsistentes. Diferenças entre etnias não resultam em superioridade ou inferioridade. As diferenças devem ser aceitas e afirmadas sem nenhum tipo de sentimento ou consideração racista. Não existe uma medida comum ou universal para julgar diferentes grupos étnicos. (citado de A Quarta Teoria Política, p380)

Continuando suas analises sobre o que é, e o que representa a Terceira Teoria Politica atualmente, ele conclui ''Hoje o "fascismo" consiste só nos pontos débeis e perversos. É totalmente redutível a estes quatro pontos: é moderno (como o conceito de Nação é moderno), eurocêntrico, chauvinista e primeiro anticomunista e só depois (demagogicamente) crítico do liberalismo. Reúne todos os pontos débeis do fascismo histórico e está totalmente desprovido de qualquer coisa positiva. É por isso que não é mais que uma caricatura. É por isso que deve ser superado e transcendido. É por isso que só serve como uma arma secundária para os liberais (assim como os neo-esquerdistas, os anti-globalistas e os eco-palhaços - todos esses também títeres dos amos capitalistas), e ''O fascismo está semântica e historicamente esgotado. Seus restos são uma autoparódia. Isso nos resplandece. Vamos dar um passo adiante''.

Nesse trecho ele resume sua opinião sobre as duas teorias politicas, e deixa claro sua posição “A segunda e terceira teorias políticas [fascismo e marxismo] devem ser reconsideradas, selecionando nelas o que deve ser descartado e o que possui valor em si mesmo. Enquanto ideologias completas elas são inteiramente inúteis, seja no plano teórico, seja no plano prático” [8]. Portanto, para os adeptos da Quarta Teoria Politica o seu posicionamento frente às duas outras teorias é o de ''nós devemos rejeitar categoricamente o anticomunismo, assim como o antifascismo. Ambos os preconceitos são ferramentas contrarrevolucionárias nas mãos da elite liberal global. (citado de A Quarta Teoria Política, p.382).

Diante dessas analises, o que pode ser afirmado sem sombra de dúvida, é que a Quarta Teoria Politica se apresenta como um revisionismo histórico, ou didaticamente explicando, uma revisão das teorias politicas até então existentes da modernidade com o objetivo de supera-las. Em tese ultrapassando seus limites ''dogmáticos'' para favorecer uma geopolítica eficiente e realista em contraposição ao atlantismo, o multiculturalismo e consequentemente todos os valores liberais do ocidente.

Ao mesmo tempo em que não traria o ''sectarismo'' ideológico e teórico aos processos políticos internos, podendo o respectivo país e o grupo que então governar desenvolver suas próprias formas econômicas e de organização. Preservando sempre sua ''identidade e tradição'’ nacional e regional.


Quais os objetivos da Quarta teoria politica?


Se contrapor a globalização, segundo o próprio Dugin '' a globalização é a criação da Grande Paródia, o reino do Anticristo. E os Estados Unidos são o centro da sua expansão. Os valores estadunidenses fingem ser “universais”. Esta é a nova forma de agressão ideológica contra a multiplicidade de culturas e tradições que ainda existem no resto do mundo. Eu sou decididamente contra os valores Ocidentais, que são essencialmente modernistas e pós-modernistas e são promulgados pelos Estados Unidos a força ou intromissão (como no Afeganistão, Iraque, Líbia e, em breve, Síria e Irã). (citado de A Quarta Teoria Política, p.376).Acrescenta também que ''todos os tradicionalistas devem ser contra o Ocidente e contra a globalização, assim como contra as políticas imperialistas dos Estados Unidos. Esta é a única posição lógica e responsável. Então os tradicionalistas e os partisans dos princípios e valores tradicionais devem se opor ao Ocidente e defender o resto, caso o Resto mostre sinais de conservação da Tradição, quer em parte, quer inteiramente.

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Através da revisão histórica, e a superação da ''dogmatização'' das outras duas teorias politicas (Marxismo e suas vertentes, Fascismo e suas vertentes) o objetivo se torna formular uma aliança contra o ''inimigo em comum'', o liberalismo.

Dugin formula e descreve a proposta da Quarta Teoria sobre isso: ''nós precisamos unir a direita, à esquerda e as religiões Tradicionais do mundo em uma luta comum contra o inimigo em comum. Justiça social, soberania nacional e valores Tradicionais são os três principais princípios da Quarta Teoria Política. Não é fácil formar uma aliança tão diversificada. Mas nós devemos tentar se quisermos derrotar o inimigo. (citado de A Quarta Teoria Política, p383).

Para conseguir essa união que, historicamente, e pelos seus fundamentos ideológicos, sempre se mostrou extremante complexa e com inúmeras variáveis, o autor continua ''No caso do comunismo, o sujeito central era a classe. No caso dos movimentos de Terceira Via, o sujeito central era ou raça ou nação. No caso das religiões, é a comunidade de fieis. Como poderia a Quarta Teoria Política lidar com essa diversidade e divergência de sujeitos? A resposta, segundo sua analise, estaria '' no conceito Heideggeriano de Dasein (Ser-Aí). É um conceito concreto, mas extremamente profundo que poderia ser o denominador comum para o posterior desenvolvimento ontológico da Quarta Teoria Política. Ou seja ''Todo indivíduo e toda cultura possuem seu próprio Dasein. Eles diferem entre si, mas estão sempre presentes (citado de A Quarta Teoria Política, p: 383,384).

Os objetivos em longo prazo são, com a aplicação dessa teoria que''O mundo futuro precisa ser noético de algum modo – multiplicidade e diversidade deveriam ser tomadas como riquezas e como tesouro, e não como razão para o conflito inevitável: muitas civilizações, muitos polos, muitos centros, muitos sistemas de valores em um planeta e uma humanidade. Muitos mundos.(citado de A Quarta Teoria Política, p384).


A Teoria Geopolítica: Mundo Multipolar 

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A teoria da Multipolaridade delimita a linha divisória entre aliados e inimigos no que tange a geopolítica internacional, é possível dividi-la em cinco partes importantes, expondo de maneira clara seus objetivos e fundamentos.

-O Mundo Multipolar é uma alternativa radical ao Mundo Unipolar (que existe de facto na atual situação), dado que insiste na presença de uns quantos Centros Decisores independentes forem possíveis a nível global.

-Estes Centros devem encontrar-se suficientemente e financeiramente equipados, sendo materialmente independentes de modo a conseguirem defender a suas soberanias no caso de uma invasão direta levada a cabo por um inimigo potencial (tomemos como exemplo a potência mundial mais poderosa). Esta condição resume-se à capacidade de conseguir resistir à hegemonia estratégico-militar dos Estados Unidos e dos países da OTAN.

-O Mundo Multipolar não significa um regresso ao sistema Bipolar, dado que hoje não existe qualquer força estratégica ou ideológica capaz de, por si só, resistir à hegemonia espiritual e material do Ocidente moderno e de seu líder – os Estados Unidos. Devem existir mais de dois polos em um Mundo Multipolar.

-O Mundo Multipolar não reconhece a soberania dos atuais Estados nacionais, soberania esta assente sobre uma base meramente legal e que não se confirma na prática […]. No século XXI, ser um Estado nacional já não é suficiente para se for uma entidade soberana. Em tais circunstâncias, a verdadeira soberania só pode ser obtida por intermédio de uma combinação, de uma coligação de Estados. O sistema westphaliano, que continua a existir de jure, já não reflete a realidade do sistema das relações internacionais e precisa ser revisto.

E por fim ''O multipolarismo não se reduz a apolarismo e nem ao multilateralismo, dado que estes não colocam o centro decisor (o polo) no seio de um governo mundial, nem na clave dos EUA e de seus aliados democráticos (o “Ocidente global”), nem no nível das redes sub-estatais, ONGs e outras instâncias da sociedade civil. O polo deve localizar-se noutra esfera qualquer [no caso da teorização de Dugin, na esfera da Civilização]. [9]


Breve Analise

Como é possível concluir, ao menos para os iniciantes no estudo da politica, militância, não é fácil explicar em poucas palavras, ou de forma muito simplista, o que é a Quarta Teoria Politica. Justamente pelo fato da sua heterogeneidade, por isso é importante passar mesmo que rapidamente pelos pontos chaves desde sua criação, fundamentos e desenvolvimento, pois dessa forma é mais dinâmica e contextualizada a sua estrutura.

As organizações criadas a partir da Quarta Teoria Politica têm posições diferentes nas diversas partes do mundo onde atuam. Nelas, como foi posto durante todo o artigo, aproximam-se pessoas das três teorias politicas, além dos iniciantes na atuação politica que não tem até então posição ideológica definida. Todos sob o ''guarda-chuva'' antiliberal, conservador e identitário.

Essas organizações apoiam diferentes atores políticos, inclusive antagônicos em sua essência, caso aplicássemos o marxismo como princípio analítico. Isso ocorre porque a Quarta Teoria Politica é assim fundamentada, permitindo no mesmo momento apoio a Venezuela e o processo da revolução bolivariana, Bolívia, Equador entre outros governos de cunho nacionalista popular, socialista em contraposição ao imperialismo na América Latina, e a Frente Nacional da França, ou outros grupos historicamente ligados á extrema-direita europeia.

Em debates alguns comunistas, socialistas, sinceramente apresentam sua preocupação em relação ao pós-modernismo e liberalismo crescente no amplo espectro da esquerda, e consequentemente a esse fato, o possível crescimento de grupos baseados na QTP. Bem, isso realmente pode acontecer, porém a aproximação e posterior aprofundamento destes elementos nas organizações Quarto teóricas não é o problema.

O que a esquerda deve realmente se preocupar é com a causa, e não o efeito, ou seja, é por que outras organizações que não as suas, teorias politicas que não as suas (apenas usando alguns aspectos), estão atraindo os jovens, adultos, por vezes já desgostos de suas respectivas ligações politicas.

Nessa perspectiva, a autocritica é o inicio do trabalho necessário e urgente a ser feito. O ''bloco'' politico (heterogêneo) comunista, socialista, popular, não pode permanecer estático enquanto assiste seu campo ideológico ser dissolvido (o que não é de hoje). O oportunismo, as capitulações, o comportamento pequeno burguês do individualismo e do subjetivismo devem ser combatidos fortemente.




Referências:


Livro: A Quarta Teoria Politica, Aleksandr Dugin, 2012














8 comentários:

  1. Obrigado por essa e todas outras postagens,sou um grande fã de quase todos os revolucionários socialistas do século 20,mas infelizmente se os mesmos estivessem presentes hoje na New left,acho que a grande maioria teria vergonha de ser de esquerda... não tenho uma opinião formada sobre a qtp ainda,mas uma coisa é certa todas as ideologias estão mortas e somente o liberalismo cresce cada vez mais.

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  2. Excelente exposição do trabalho desse filósofo. Não conhecia essa teoria, mas apreciei muito !

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  3. O Dugin teve um debate com Olavo de Carvalho que está registrado no livro intitulado "EUA E A NOVA ORDEM MUNDIAL".

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  4. Parabéns pela exposição lúcida e honesta da Quarta Teoria Política.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Minha pergunta é : Quantos milhões de pessoas devem morrer para esta novidade ser implantada ? Mais que os cem milhões que o comunismo matou ? Mais que o fascismo matou também ? A soma dos mortos ?
    Vocês e suas sandices vermelhas !

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  7. É de se duvidar que isso possa dar certo, pois os débeis nunca vão entender que enquanto os parasitas psicopatas continuarem a chegar no poder, seja por qual lado for, direita ou esquerda, religião ou na empresa, a maioria continuará a ser sugada por uma minoria que possui sérios transtornos de conduta. O Vladimir Podre mesmo da Rússia é um exemplo de psicopatinha que além de ter bilhões roubados, ainda por cima coloca o povo para trabalhar até a morte. Trump é outro narcisista que só se preocupa com seu parasitismo. De nada adianta criar algo novo, pois se os seres humanos não desenvolverem meios para que parasitas não cheguem ao poder, viveremos uma hipocrisia, com disfarce de multipolaridade, quanto na verdade estaremos sob ameça de ogivas russas, ou de qualquer outra nação cujos líderes possam se sentir ameaçados. Se realmente quisessem criar algo de útil, isso seria feito mediante uma democracia, não como a dos EUA, que tem influência de uma elite de psicopatas e parasitas, nem como a da Rússia, que é Kleptocracia com um cadáver que nunca mais deixou o poder, e que manipulou as eleições, mas com uma democracia conscientizada, com uma população estimulada a usar o senso crítico e a praticar as virtudes. Dugin é mais um desses utopistas que vão falhar por não entenderem não saberem como lidar com os parasitas que chegam no poder, causam ódio e genocídio apenas para se manterem confortáveis, com o ego dientio satisfeito. No entanto, farei questão de ler esse livro, afinal, se houver idéias boas, vou acolher, pois assim deveria ser com o ser humano, separar o que é bom para seu subjetivo, debater idéias ao mesmo tempo em que se respeita os que são e pensam diferentes. HASTA!!

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