Trump disse, em discurso, que sua
administração diminuirá de 35% para 15% os impostos cobrados das empresas
norte-americanas para que;
1° Não saiam dos Estados Unidos
2° As empresas que estão na China e
México retornem ao seu país de origem (E.U.A).
Se existe um consenso entre
democratas e republicanos e seus respectivos lobos solitários é a sistemática
diminuição dos impostos para a elite estadunidense. Em contrapartida, claro, as
isenções aos capitalistas são repassadas aos trabalhadores e classe média que
consequentemente pagaram mais tributos.
Num dos discursos durante a campanha,
Trump, prometeu um gigantesco pacote de investimento (1 trilhão de dólares em
infraestrutura). Bom, para ser viável é necessário o Estado ter arrecadação
suficiente, justamente para poder promover tais obras e a ''reconstrução'' do
país, como ele mesmo disse.
1°: O problema é que, com o corte de
impostos sobre as multinacionais, especuladores (porque já se fala em
desregular ainda mais Wall Street) e grandes indústrias norte-americanas, não
haverá dinheiro para isso, logo, será obrigado a endividar ainda mais o Estado
para cumprir nem que seja 50% da promessa de campanha.
2°: A mão de obra norte-americana é
mais cara que a chinesa e mexicana, inclusive, Trump afirmou que a Apple e
outras empresas que voltem a produzir diretamente nos Estados Unidos não
utilizaram o mesmo ''modo de produzir'' que praticam na China.
Isso efetivamente significa o aumento
do custo de produção com mão de obra e também com logística, podendo envolver
até redução de estoque etc. Consequentemente o aumento de preços dos produtos
de forma geral irá criar uma bola de neve (inflação, menor poder de compra,
salário em grande parte comprometido com produtos básicos, diminuição do
crédito).
O consumidor norte-americano está
realmente disposto a passar por isso?
Na pratica não, porque o consumo a
baixo custo é o que mantém a economia interna girando, caso contrário à
estagnação e crise estrutural retornará mais forte do que em 2008. A falsa
recuperação da economia norte-americana vem daí.
Outro exemplo é em relação aos
mexicanos:
A
dependência econômica crescente, principalmente desde 1994 do México em relação
aos Estados Unidos, a partir do acordo TLCAN, mostra como será difícil essa
mudança por parte do governo Trump, para a ''recuperação dos empregos no setor
produtivo'' pelo simples fato que, também os norte-americanos, faturam alto com
tais acordos de livre comércio.
Um
exemplo concreto ; os carros vendidos nos Estados Unidos em sua grande maioria
são fabricados no México, claro, por conta da mão de obra barata, foi
exatamente essa a motivação das fabricas automotivas terem ido para lá.
Aberto, então, outro dilema:
1°:Os
trabalhadores norte-americanos irão receber o mesmo valor dos operários
mexicanos para produzir os carros para em troca terem seus empregos de volta
(ou seja, baratear sua mão de obra).
2°: Os trabalhadores norte-americanos vão manter o valor da sua mão de obra, ao
mesmo tempo em que se aumenta o custo de produção e assim o preço do carro.
3°:As fabricas vão continuar onde estão pelo bem da economia interna e os
operários dessa área continuarão sem emprego.
Não
há muitas alternativas, até porque é muito vantajoso para o consumo
(principalmente para as empresas), na mesma medida que é completamente
desastroso no que se refere ao desemprego.
De qualquer maneira, a elite
continuará ganhando, pois essa classe não irá retirar a sua margem de lucro
para favorecer qualquer consumidor que seja então é obvio para quem os custos
serão repassados.