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terça-feira, 12 de abril de 2016

Democracia de Fachada no Mundo do Capital-Enver Hoxha

O que é, na realidade, a democracia burguesa? É uma forma de dominação da burguesia, enquanto que os direitos e as leis proclamados para todos têm caráter puramente formal e fraudulento, porque, nas condições da existência da propriedade privada, faltam os meios sócio-econômicos que assegurem sua efetiva aplicação. Com esta democracia burguesa pode-se criticar a um e a outro na imprensa, em diversas reuniões ou no parlamento, pode-se criticar um partido ou um governo que chega ao poder, pode-se tagarelar tudo o que se quiser, mas não se pode mudar nada; as pessoas se vêem obrigadas a limitar-se somente às palavras, já que o poder econômico e político capitalista, com todo seu aparato, está pronto a lançar-se, como uma fera, contra quem se levantar, com atos, contra a classe dominante, contra a oligarquia financeira. Recordando o rigor com que a burguesia francesa castigou os operários depois da insurreição de junho de 1848, F. Engels escrevia:
Era a primeira vez que a burguesia mostrava claramente a que insensatas crueldades de vingança é capaz de chegar tão logo o proletariado se atreve a enfrentá-la como classe independente com interesses próprios e reivindicações próprias".

Por acaso, podemos qualificar de "democracia" a forma de poder da burguesia, que se apóia no princípio da submissão da maioria à minoria? Não, em absoluto. É uma democracia somente nas aparências, que não traz nenhuma vantagem às massas do povo. Esta "democracia" não assegura ao povo nenhuma liberdade verdadeira, não faz com que o país se torne independente dos outros Estados, política, econômica e militarmente mais poderosos. Isto ocorre porque este tipo de democracia está ligado com outras "democracias" capitalistas mais poderosas, que lhe impõem sua vontade própria. O capital, nacional ou internacional, impõe às amplas massas trabalhadoras sua vontade, seus desejos e seus pontos de vista. Quando nos países capitalistas e revisionistas alguma coisa é apresentada como vontade das massas trabalhadoras, é preciso compreender que, na realidade, por trás dela, está a vontade da aristocracia operária.

Apesar da gritaria da oposição no parlamento, os preços sobem, a vida se corrompe e degenera, os assassinatos e os roubos a mão armada na rua, os sequestros de pessoas, de dia e de noite, se tornam cada vez mais inquietantes.
As leis que são aprovadas pelos parlamentos burgueses e revisionistas expressam a vontade das classes dominantes, e defendem seus interesses. Estas leis beneficiam os partidos do capital, que constituem a maioria no parlamento. Apesar da gritaria da oposição no parlamento, os preços sobem, a vida se corrompe e degenera, os assassinatos e os roubos a mão armada na rua, os seqüestros de pessoas, de dia e de noite, se tornam cada vez mais inquietantes. Este caos e esta confusão, esta liberdade dos malfeitores para perpetrar crimes são qualificados pelos capitalistas e revisionistas como "democracia verdadeira"! (....)
São supérfluas as explicações para demonstrar que a participação no poder de muitos partidos burgueses, capitalistas, revisionistas e fascistas nos países capitalistas e imperialistas, como nos Estados Unidos, entre outros, não transformou, em absoluto, suas sociedades reacionárias em progressistas. Pelo contrário, no imperialismo, a democracia experimenta uma viragem para a reação. Não é progressista, nem democrática, a sociedade que defende o regime de exploração e nele se apóia''.

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